Perguntas Frequentes

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Encontre aqui perguntas frequentes relacionadas com Ciência Aberta e planos de gestão de dados

Ciência Aberta (Open Science)

O que é “Ciência Aberta” / “Open Science”?

Ciência Aberta é o conjunto de princípios e práticas que visam tornar mais transparente, acessível, inclusivo e colaborativo todo o processo de investigação. O conceito inclui publicações, dados, software, ou infraestruturas e aplica-se a todo o processo científico desde a conceção até à disseminação e reutilização, de forma a torna-lo mais transparente, acessível, inclusivo e colaborativo.

Quais são os principais pilares da Ciência Aberta?

Os pilares principais são:

  • Acesso aberto a publicações científicas e a resultados.
  • Dados abertos: disponibilização de dados usados na investigação para reutilização.
  • Infraestruturas abertas (repositórios, ferramentas, plataformas).
  • Participação e envolvimento da sociedade (“ciência cidadã”).
  • Redes colaborativas, investigação aberta e inovação aberta.
Por que é a Ciência Aberta importante para os investigadores?
  • Maior visibilidade e impacto: ao tornar resultados acessíveis, aumenta-se o potencial de citação e utilização pela comunidade científica e pela sociedade.
  • Transparência e rigor: permite que métodos e dados sejam auditados, o que fortalece a credibilidade da investigação.
  • Eficiência e economia de recursos: evita duplicação de esforços e promove reutilização de dados e metodologias.
  • Inovação e colaboração: facilitam parcerias inter e intradisciplinares e com a sociedade e podem gerar novos produtos, serviços ou ideias.
  • Justiça e equidade: promove que todos, independentemente de local geográfico ou institucional, tenham acesso ao conhecimento científico.
A Ciência Aberta exige que tudo seja “aberto” sem exceção?

Não. O princípio é “tão aberto quanto possível, tão fechado quanto necessário”. Há casos em que restrições são justificadas — por exemplo, para proteger dados pessoais sensíveis, propriedade intelectual, confidencialidade ou conhecimento tradicional.

Em que medida a Ciência Aberta pode beneficiar a sociedade em geral, além da comunidade científica?
  • Facilita que tomadores de decisão, gestores públicos, ONGs e cidadãos acedam a evidências científicas para políticas, práticas e inovações.
  • Contribui para a literacia científica e confiança pública na ciência.
  • Permite que inovações e aplicações derivem mais rapidamente dos resultados de investigação.
  • Reduz desigualdades no acesso ao conhecimento científico, especialmente em países ou instituições com menos recursos.
Como posso implementar práticas de Ciência Aberta no meu trabalho de investigação?

Algumas ações práticas:

  • Depositando artigos científicos em acesso aberto pelas diferentes vias alternativas (Via Dourada, Via Verde e Via Transformativa)
  • Publicando os dados de investigação em repositórios confiáveis, com metadados claros e licenças que permitam reutilização.
  • Usando software e ferramentas de código aberto (open source).
  • Adotando práticas de documentação, gestão de versões e transparência nos métodos.
  • Envolvendo cidadãos ou comunidades no projeto, quando apropriado (ciência cidadã).
  • Escolhendo licenças abertas e claras (por exemplo, licenças Creative Commons,  CC-BY).
  • Cumprindo as políticas de acesso aberto das instituições financiadoras e de acolhimento
Como iniciar, no meu projeto, o processo de integração de boas práticas de Ciência Aberta – Plano de Gestão de Dados?
  • Planeie desde o início: inclua um plano de gestão de dados (Data Management Plan – DMP).
  • Defina licenças de partilha para publicações, dados e software (ex. Creative Commons, GPL, MIT).
  • Selecione repositórios confiáveis e interoperáveis para publicações e dados.
  • Garanta conformidade com as políticas do financiador e da instituição.
  • Identifique restrições éticas ou legais antecipadamente (privacidade, confidencialidade, propriedade intelectual).
Quais são as boas práticas para gerir e partilhar dados de investigação?
  • Siga os princípios FAIR: os dados devem ser Findable, Accessible, Interoperable, Reusable (encontráveis, acessíveis, interoperáveis e reutilizáveis).
  • Use metadados padronizados e formatos abertos.
  • Documente os dados (métodos, instrumentos, variáveis, códigos, versões).
  • Anote a proveniência (quem criou, quando e como).
  • Use repositórios certificados (ex. Zenodo, Repositórios institucionais, Repositórios temáticos, OpenAIRE, POLEN).
  • Assegure anonimização de dados pessoais em conformidade com o RGPD.
Como aplicar boas práticas ao publicar resultados científicos?
  • Opte pelo Acesso Aberto: publique em revistas de acesso aberto ou deposite versões em repositórios.
  • Prefira licenças abertas que permitam leitura e reutilização.
  • Evite paywalls desnecessários ou contratos restritivos.
  • Descreva claramente os dados e métodos para favorecer reprodutibilidade.
  • Publique resultados negativos ou nulos quando relevantes — ajudam a evitar duplicação de esforços.
Que tipo de informações podem ser considerados para publicação em acesso aberto?
  • Publicações científicas
  • Dados de investigação abertos
  • Softwares e códigos-fonte abertos
  • Hardwares abertos
  • Recursos educacionais abertos
Que cuidados devo ter com software e código em Ciência Aberta?
  • Use sistemas de controlo de versão (GitHub, GitLab).
  • Adote licenças de software abertas (ex. MIT, GPL, Apache).
  • Inclua documentação clara sobre dependências, instalação e uso.
  • Forneça exemplos e scripts reutilizáveis.
  • Partilhe em repositórios reconhecidos (ex. GitHub, Zenodo, Software Heritage, rede RCAAP).
Quais são as boas práticas para garantir integridade e ética na Ciência Aberta?
  • Respeite direitos de autor e de terceiros.
  • Proteja dados sensíveis (dados pessoais, clínicos, culturais).
  • Reconheça contributos de todos os envolvidos (coautoria, agradecimentos, contributos técnicos).
  • Evite manipulação ou distorção de resultados.
  • Promova transparência em métodos, revisões e conflitos de interesse.
Que ferramentas e infraestruturas podem apoiar boas práticas de Ciência Aberta?
  • Repositórios de publicações: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP), OpenAIRE, Zenodo.
  • Repositórios de dados: Open Data Portal, Figshare, Dryad, repositórios institucionais.
  • Gestão de referências e colaboração: Zotero, Mendeley, Overleaf, OSF.
Que erros comuns devo evitar ao aplicar práticas de Ciência Aberta?
  • Publicar dados sem documentação adequada ou sem licença explícita.
  • Usar formatos que exigem software pago ou proprietário, dificultando a reutilização.
  • Não planear a abertura desde o início do projeto.
  • Ignorar aspetos éticos e legais da partilha de dados.
  • Confundir abertura com ausência de rigor — a ciência aberta exige planeamento e responsabilidade.
Como posso ser reconhecido e avaliado positivamente por aplicar boas práticas de Ciência Aberta?
  • Inclua evidências de práticas abertas em relatórios, CVs e candidaturas (ex. DOIs de datasets, software, repositórios).
  • Valorize métricas alternativas (downloads, reutilizações, contributos comunitários).
  • Divulgue o impacto social da sua investigação.
  • Procure programas e prémios que reconheçam práticas de ciência aberta (ex. Prémios Ciência Aberta, iniciativas da FCT, OpenAIRE, UNESCO).
Onde posso aprender mais sobre boas práticas de Ciência Aberta?
  • UNESCO – Open Science: unesco.org/en/open-science
  • Portal Ciência Aberta Portugal: ciencia-aberta.pt
  • FCT – Ciência Aberta: fct.pt/apoios/cienciaaberta
  • OpenAIRE: openaire.eu
  • GO FAIR: go-fair.org
Que ligação existe entre a Ciência Aberta e o Plano de Gestão de Dados (PGD)?

O PGD é uma ferramenta central da ciência aberta:

  • Promove transparência, reprodutibilidade e acesso responsável.
  • Assegura que os dados são bem descritos e partilháveis.
  • Garante que a abertura é feita de forma ética, segura e sustentável.

Um bom PGD transforma a gestão de dados numa prática de qualidade científica e responsabilidade social.

Boas Práticas na Gestão de Dados de Investigação

O que é “gestão de dados de investigação”?

É o conjunto de processos e decisões que garantem que os dados criados, recolhidos ou analisados num projeto de investigação são organizados, documentados, armazenados, partilhados e preservados de forma segura, ética e reutilizável — desde o início até ao fim do ciclo de vida da investigação.

Por que é importante gerir bem os dados?
  • Aumenta a qualidade e transparência da investigação.
  • Facilita a reprodutibilidade dos resultados.
  • Promove a reutilização por outros investigadores.
  • Cumpre exigências de financiadores (ex. FCT, Horizonte Europa).
  • Reduz o risco de perda de informação.
  • Valoriza o impacto e a credibilidade da investigação.
O que é um Plano de Gestão de Dados (PGD ou DMP)?

É um documento estratégico que descreve como os dados serão geridos ao longo de todo o projeto:

  • Que dados serão produzidos ou recolhidos;
  • Como serão armazenados, documentados e partilhados;
  • Que restrições podem existir (éticas, legais, comerciais);
  • Como serão preservados a longo prazo.

A FCT e o Horizonte Europa exigem um PGD em muitos projetos financiados. Exemplos de PGM podem ser encontrados online junto dos financiadores e/ou em repositórios (ex. Horizonte Europa).

Quais são as boas práticas ao criar um Plano de Gestão de Dados?
  • Elabore o plano desde o início do projeto.
  • Atualize-o periodicamente (é um documento vivo).
  • Descreva formatos, software e metadados.
  • Inclua políticas de partilha e licenciamento.
  • Defina responsabilidades e cronogramas.
  • Planeie custos e recursos (armazenamento, curadoria, preservação).
  • Garanta conformidade com o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) se tratar dados pessoais.
O que são dados FAIR e como os aplico?

Os dados FAIR seguem princípios que os tornam:

  • Findable (Encontráveis): têm identificadores únicos e metadados explícitos e informativos.
  • Accessible (Acessíveis): estão disponíveis via protocolos abertos e com condições de acesso claras.
  • Interoperable (Interoperáveis): usam formatos e vocabulários padronizados.
  • Reusable (Reutilizáveis): são bem documentados e licenciados para reutilização.


Aplicar os princípios FAIR é mais do que tornar os dados “abertos”; é permitir que os dados sejam bem geridos e reutilizáveis.

Que tipos de dados devem ser geridos e partilhados?

Incluem:
• Dados brutos e processados;
• Tabelas, códigos, imagens, som, modelos, software;
• Protocolos e descrições metodológicas;
• Metadados (informação sobre os dados).

Nem todos os dados precisam ser abertos, mas todos devem ser bem descritos e preservados.

Em que momento devo elaborar o PGD?

O PGD deve ser criado no início do projeto (fase de candidatura ou de começo) e atualizado periodicamente à medida que a investigação avança.

É um documento dinâmico — deve refletir as mudanças no projeto e nos dados.

O que deve conter um bom PGD?

Um PGD eficaz inclui pelo menos as seguintes secções:

  1. Descrição geral dos dados
    • Tipos de dados (numéricos, textuais, imagens, software, etc.)
    • Origem (recolhidos, observados, simulados, derivados)
    • Volume estimado e formatos (ex. CSV, TXT, TIFF)
  2. Documentação e metadados
    • Padrões usados (ex. Dublin Core, DataCite, ISO, Darwin Core)
    • Descrição de variáveis, métodos, instrumentos, códigos
    • Como será garantida a compreensibilidade futura dos dados
  3. Armazenamento e segurança
    • Onde e como os dados serão guardados (servidores institucionais, cloud, drives seguras)
    • Estratégias de backup e recuperação
    • Controlo de acessos e proteção de dados sensíveis
  4. Partilha e reutilização
    • Quando e onde os dados serão disponibilizados (repositórios)
    • Licenças de uso (CC BY, CC0, ODC-BY, etc.)
    • Restrições ou exceções (ética, confidencialidade, propriedade intelectual)
  5. Preservação a longo prazo
    • Que dados serão preservados e por quanto tempo
    • Formatos de preservação (abertos e sustentáveis)
    • Identificadores permanentes (DOI, handle)
  6. Responsabilidades e recursos
    • Quem é responsável pela gestão de dados
    • Custos previstos (armazenamento, curadoria, preservação)
    • Apoios institucionais e ferramentas utilizadas
Que ferramentas posso usar para criar um PGD?
  • ARGOS (OpenAIRE) – ferramenta gratuita e alinhada com as políticas europeias.
  • DMPonline (Digital Curation Centre, UK).
  • DMPTool (EUA).
  • Horizonte Europa
  • Modelos da FCT
  • Modelos institucionais (muitas universidades portuguesas oferecem templates adaptados).

Escolha o modelo que mais se adequa às exigências do seu financiador.

Como garantir a qualidade e integridade dos dados?
  • Use formatos abertos e estáveis (ex. CSV, TXT, TIFF, XML).
  • Aplique controlo de versões para registar alterações.
  • Documente processos e scripts usados no tratamento.
  • Valide e verifique os dados antes da partilha.
  • Evite duplicação e mantenha uma estrutura de pastas consistente.
Que formatos de ficheiros devo usar?

Prefira formatos abertos e não softwares pagos ou proprietários, para garantir longevidade e reutilização:

  • Texto: TXT, CSV, XML, JSON
  • Imagens: TIFF, PNG
  • Áudio/vídeo: WAV, MP4
  • Documentos: PDF/A
  • Código: TXT, R, Python, Jupyter

Indique no PGD quais os formatos usados e porquê.

Onde e como posso armazenar os meus dados de forma segura ao longo do projeto?
  • Durante o projeto: use servidores institucionais, drives seguras, ou plataformas com backup automático.
  • Após o projeto: deposite os dados em repositórios certificados (ex. Zenodo, Figshare, Repositórios institucionais, OpenAIRE, RCAAP).
  • Evite armazenar dados apenas em dispositivos pessoais ou na cloud comercial sem proteção institucional.
  • Cifre dados sensíveis e limite o acesso conforme necessário.
Onde posso depositar e partilhar os meus dados?
  • Repositórios institucionais (ex. RCAAP, repositórios universitários)
  • Repositórios temáticos (ex. GenBank, ICPSR, PANGAEA)
  • Repositórios genéricos (ex. Zenodo, Figshare, Dryad, OSF)

Escolha repositórios certificados e interoperáveis, que atribuam DOIs e metadados FAIR.

Como lidar com dados confidenciais ou pessoais?
  • Aplique anonimização ou pseudonimização.
  • Obtenha consentimento informado quando necessário.
  • Siga o RGPD e as políticas de ética da instituição.
  • Restrinja o acesso e use licenças adequadas (ex. “acesso restrito mediante pedido”).
  • Documente as exceções à partilha total.

O princípio é: “tão aberto quanto possível, tão fechado quanto necessário”.

Passos para tratar dados sensíveis ou confidenciais no PGD?
  • Identifique-os claramente.
  • Descreva as medidas de proteção (anonimização, pseudonimização, cifragem).
  • Indique quem terá acesso e sob que condições.
  • Explique como cumpre o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD).
  • Justifique eventuais restrições de acesso (“tão aberto quanto possível, tão fechado quanto necessário”).
Que licenças posso usar para partilhar dados?
  • Creative Commons (CC BY, CC0) — para dados abertos.
  • Open Data Commons (ODC) — para bases de dados.
  • Licenças restritas (ex. “acesso controlado”) — para dados sensíveis.

Inclua sempre uma licença explícita — ela define o que outros podem ou não fazer com os dados, nomeadamente sobre a possibilidade ou não da sua reutilização.

Como garantir a preservação a longo prazo?
  • Deposite os dados em repositórios com políticas de preservação (mínimo 10 anos recomendado).
  • Evite softwares pagos ou proprietários.
  • Acompanhe versões e atualizações do software usado.
  • Inclua metadados e documentação completa.
Quem é responsável pela gestão dos dados num projeto?
  • Normalmente, o investigador responsável (PI) assume a coordenação.
  • Pode nomear-se um gestor de dados ou partilhar responsabilidades dentro da equipa.
  • A instituição deve fornecer apoio técnico e jurídico (bibliotecas, gabinetes de ciência aberta).
Como tratar o custo da gestão e preservação de dados?

Inclua no orçamento do projeto:

  • Espaço de armazenamento seguro.
  • Custos de curadoria e limpeza de dados.
  • Taxas de depósito em repositórios (quando aplicável).
  • Formação em gestão de dados.

Muitos financiadores permitem incluir esses custos no orçamento total do projeto.

Como devo atualizar o PGD?
  • Reveja-o periodicamente (ex. em cada relatório de progresso).
  • Registe mudanças nos dados, formatos, repositórios ou responsabilidades.
  • Documente decisões sobre eliminação, anonimização ou preservação.
  • Mantenha versões anteriores arquivadas para rastreabilidade.
Quais são os erros mais comuns ao elaborar um PGD?
  • Tratar o PGD como um mero requisito burocrático.
  • Não o atualizar durante o projeto.
  • Falta de documentação adequada.
  • Armazenamento em locais inseguros ou pessoais.
  • Usar software pago ou proprietário sem conversão.
  • Não definir licenças ou repositórios de partilha
  • Ignorar aspetos legais e éticos.
  • Não planear a preservação.
  • Não prever custos ou responsabilidades.
  • Ignorar o RGPD e aspetos éticos.
Onde posso encontrar exemplos de PGDs bem feitos?
Quem pode ajudar-me na gestão de dados?
  • Gabinetes de apoio à investigação da sua instituição.
  • Bibliotecas universitárias e serviços de dados.
  • Gestores de dados ou curadores digitais.
  • FCT, OpenAIRE e UNESCO Open Science — disponibilizam guias e formação.
Onde posso aprender mais sobre gestão de dados de investigação?

Recursos úteis:

Como a boa gestão de dados contribui para a minha carreira científica?
  • Aumenta a credibilidade e reprodutibilidade da sua investigação.
  • Facilita colaborações e novas publicações.
  • Cumpre requisitos de financiadores (ex. FCT, UE).
  • Permite maior impacto e visibilidade, com citações de datasets (DOIs).

Publicação em Acesso Aberto segundo a Política da FCT

O que é acesso aberto?

Acesso aberto (Open Access) significa que os resultados da investigação científica — artigos, livros, capítulos, teses ou dissertações — estão disponíveis gratuitamente para leitura e consulta, sem barreiras de pagamento. A nova política da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), em vigor desde fevereiro de 2025, exige que todas as publicações resultantes de investigação financiada pela FCT sejam disponibilizadas em acesso aberto, sem períodos de embargo.

A quem se aplica a política da FCT?

A política aplica-se a todas as publicações resultantes, total ou parcialmente, de financiamento da FCT. Isto inclui artigos científicos, livros, capítulos, monografias, teses de doutoramento e dissertações de mestrado. Os autores devem garantir que as suas publicações cumprem os requisitos de acesso aberto, mesmo quando partilham autoria com investigadores de outras entidades ou países.

Quais os tipos de publicações abrangidos?
  • Artigos científicos sujeitos a revisão por pares;
  • Livros, capítulos de livro e monografias;
  • Teses de doutoramento e dissertações de mestrado.


Para todos estes tipos, a publicação deve estar disponível em acesso aberto através de um repositório da rede RCAAP ou por publicação direta em editoras/revistas de acesso aberto.

Quais as vias de publicação em acesso aberto possíveis?

Existem três vias alternativas reconhecidas pela política da FCT:

  • Via Dourada (Gold Open Access): publicação direta em revistas ou editoras que disponibilizam o conteúdo em acesso aberto desde o momento da publicação. Pode implicar pagamento de taxas, desde que elegíveis e conforme as regras da FCT.
  • Via Verde (Green Open Access): depósito da versão final aceite (manuscrito aceite) num repositório da rede RCAAP, sem embargo. Mesmo que o editor mantenha a versão final sob subscrição, esta via cumpre a política da FCT. Não há lugar ao pagamento de taxas.
  • Via Transformativa: publicação em revistas híbridas que estejam a transitar para o modelo de acesso aberto, no âmbito de acordos transformativos reconhecidos. Não há lugar ao pagamento de taxas. As condições negociadas para publicação em acesso aberto ao abrigo dos acordos transformativos são negociadas e revistos ciclicamente. As revistas incluídas nos acordos transformativos podem ser consultadas na b-on, sendo a pesquisa feita por editora.
Quais são os passos para publicar em acesso aberto?
  1. Planear antecipadamente — selecionar revistas e editoras compatíveis com as vias de acesso aberto. Confirmar política da revista em Open Policy Finder
  2. Retenção de direitos — negociar o direito de depositar o manuscrito aceite no repositório institucional.
  3. Submissão — verificar se a revista/editor permite depósito no RCAAP e adotar licenças abertas (ex.: CC BY). Confirmar política da revista em Open Policy Finder
  4. Depósito — após aceitação, depositar a versão aceite no repositório da instituição ou no RCAAP, com metadados completos.
  5. Divulgação — incluir o link do repositório em perfis ORCID, CV e outros canais científicos.
Situações frequentes
  • Caso a revista não permita depósito: escolher outro canal de publicação ou negociar a retenção de direitos.
  • Não são permitidos períodos de embargo — o acesso deve ser imediato.
  • A versão a depositar é, regra geral, o manuscrito aceite após revisão por pares.
  • Se houver coautoria com investigadores internacionais, a política da FCT mantém-se aplicável.
Benefícios do acesso aberto

Publicar em acesso aberto aumenta a visibilidade, impacto e reutilização dos resultados da investigação. Promove a transparência, a colaboração científica e o retorno público do investimento em ciência.

Pôr em prática. Como publicar?

A FCT oferece um guia passo a passo para pesquisa de publicações em acesso aberto consoante o tipo de documento que pretende submeter (artigo; capítulo de livro; tese e dissertações), de forma a garantir o cumprimento da Política de Acesso Aberto da FCT.

Guia disponível neste link: https://acessoaberto.fct.pt/  

Fontes oficiais e recursos úteis:
– FCT – Acesso Aberto: https://acessoaberto.fct.pt
– FCCN – Nova Política de Acesso Aberto: https://www.fccn.pt/atualidade/nova-politica-acesso-aberto-promove-visibilidade-investigacao-cientifica/
– RCAAP – Rede de Repositórios de Acesso Aberto de Portugal: https://www.rcaap.pt