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Floresta Plantada como Estratégia Nacional: Investigadoras do TERRA destacam importância da gestão sustentável no debate “Vamos discutir a floresta?”

A The Navigator Company promoveu, no passado dia 20 de março, um debate que reuniu especialistas de diversas áreas para discutir o papel estratégico das florestas plantadas em Portugal e refletir sobre o seu futuro. O evento contou com a participação das investigadoras Helena Pereira e Teresa Soares David, ambas membros do Centro de Estudos Florestais (CEF) e do Laboratório Associado TERRA.

No centro da discussão esteve a questão da floresta plantada enquanto recurso estratégico essencial para o desenvolvimento económico, a sustentabilidade ambiental e a mitigação das alterações climáticas. Portugal, com uma vasta área florestal que inclui plantações de eucalipto, pinheiro e outras espécies produtivas, enfrenta desafios únicos na conciliação entre exploração económica, conservação ambiental e ordenamento do território. A Professora Helena Pereira, investigadora do CEF e especialista em produtos florestais, alertou para o desconhecimento generalizado acerca do verdadeiro papel da floresta e do seu potencial económico e ambiental. “Há muito desconhecimento sobre o papel da floresta.” — afirmou Helena Pereira, acrescentando que o setor florestal enfrenta frequentemente uma perceção negativa que não reflete o seu contributo positivo para a economia e para a mitigação das alterações climáticas. Helena Pereira destacou que a floresta não é apenas um recurso natural renovável, mas também um setor essencial para a bioeconomia, criando produtos sustentáveis e inovadores, como os derivados da madeira e produtos não-lenhosos. Além disso, sublinhou que o uso responsável e planeado da floresta pode contribuir significativamente para o cumprimento das metas climáticas nacionais e internacionais.

Por sua vez, Teresa Soares David, investigadora em Engenharia Florestal no Instituto Superior de Agronomia (ISA-UL), focou-se na importância de uma gestão florestal adequada e sustentável, propondo operações planeadas que se desenrolem ao longo do tempo, considerando o ciclo de crescimento das árvores e as necessidades ecológicas dos sistemas florestais. “É essencial desenvolver operações florestais faseadas no tempo.” — defendeu Teresa Soares David, sublinhando que a gestão sustentável passa por planear e executar intervenções de forma coordenada, adaptada ao ciclo produtivo e às exigências ambientais de cada espécie. A investigadora realçou que a planeamento a longo prazo é crucial para garantir o equilíbrio entre produção económica e preservação ambiental, especialmente num contexto em que as florestas plantadas representam uma das principais fontes de matéria-prima para diversos setores industriais. Durante o debate, foi amplamente reconhecido que as florestas plantadas têm um papel estratégico fundamental em Portugal, não só como fonte de matéria-prima para a produção industrial, mas também como um recurso essencial para a captura de carbono, conservação da biodiversidade e proteção dos solos contra a erosão. O evento sublinhou ainda que, embora existam desafios relacionados com a monocultura e os incêndios florestais, o setor pode evoluir para modelos de gestão mais sustentáveis e diversificados, através de um maior investimento em investigação científica e inovação tecnológica. 

Helena Pereira e Teresa Soares David concordaram na necessidade de uma maior sensibilização do público e dos decisores políticos sobre o verdadeiro valor da floresta plantada e no desenvolvimento de políticas públicas que incentivem práticas florestais sustentáveis e economicamente viáveis.

Organizado pela The Navigator Company, o debate “Vamos discutir a floresta?” faz parte de um esforço mais amplo para envolver especialistas e decisores na reflexão sobre o futuro das florestas plantadas em Portugal. Este evento insere-se numa agenda de iniciativas destinadas a promover uma gestão responsável e inovadora dos recursos florestais, que permita maximizar o seu potencial económico e ambiental.

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