Início / Notícias
O Diretor Executivo do Laboratório Associado TERRA publicou no passado dia 27 de junho, no jornal Público, um artigo de opinião que reforça de forma clara e corajosa a urgência de uma articulação mais profunda entre ciência e políticas públicas em Portugal. Intitulado “Por uma política baseada em ciência: A ciência pode, e quer, ajudar!”, o texto é uma chamada de atenção contundente para os desafios — mas também as oportunidades — de se construir uma governação sustentada por conhecimento rigoroso, atual e útil à sociedade.
Num mundo em constante transformação e marcado por uma crescente complexidade, a ciência apresenta-se, segundo o autor, como “uma fonte privilegiada de evidências” para informar decisões políticas. Mas, alerta, “de pouco serve a informação se não for corretamente interpretada; usá-la mal pode ser pior do que não a usar”.
Neste sentido, o artigo sublinha a importância de estruturas de interface entre ciência e decisão, capazes de interpretar, sintetizar e traduzir o conhecimento científico em linguagem acessível e operativa. “Em Portugal, já existem instituições com esta missão, como os Laboratórios Associados, que trabalham diariamente com os melhores investigadores para expandir as fronteiras do conhecimento. No entanto, essas estruturas, pela ética e integridade que caracterizam a atividade científica, não procuram influenciar políticas — apenas apoiá-las”, escreve o autor.
Assumindo este desígnio, o Laboratório Associado TERRA tem vindo a promover uma estratégia clara de aproximação à administração pública, nomeadamente através da criação de uma interface estruturada — a Science Policy Interface (SPI)— e da assinatura de memorandos de entendimento com várias entidades públicas nacionais, nomeadamente a APA, ApC, AGIF, DGADR, DGAV, DGS, DGT, GPP, ICNF e IPMA. Esta cooperação foi formalmente celebrada durante o evento “Conhecimento Transformativo: Ciência e Políticas pela TERRA”, que se realizou no dia 27 de junho no Teatro Thalia.
O artigo alerta ainda para os riscos da descredibilização da ciência e para a necessidade de a comunidade académica estar mais presente no debate público: “Todos nós, enquanto agentes científicos, temos o dever de reforçar a credibilidade da ciência e de estar disponíveis para contribuir para o bem comum”.
Rejeitando o isolamento do saber, Paulo Branco advoga por uma academia responsiva, capaz de dialogar diretamente com decisores e de contribuir para leis, políticas e práticas mais adequadas, exequíveis e sintonizadas com os desafios da sustentabilidade e da justiça social.
“A ciência está aqui. Está disponível. E quer ajudar” — termina o artigo. Um apelo claro para que a governação do futuro se faça de mãos dadas com o conhecimento e com quem o produz.
Com este gesto de cidadania científica, o TERRA reafirma o seu papel como agente de transformação social e institucional, e como catalisador de políticas públicas informadas, eficazes e humanamente sustentáveis.
Partilhe esta notícia:
DOI 10.54499/LA/P/0092/2020
Copyright Labterra 2024 © By Ação360
DOI 10.54499/LA/P/0092/2020